Água viva

E aqui vai, pessoal da 301, o nosso discurso:

Boa noite,

Hoje é o dia em que se encerra uma fase importante da nossa história. Foi nessa fase que aprendemos, ou pelo menos tentamos, não só português e matemática como também aprendemos sobre a vida. É nessa fase escolar que passamos a maior parte dela até hoje. São onze anos, para alguns doze, talvez treze anos de amizades, de colas, de festas, de matação de aula e no tempo livre de aprendizado.

Que deixemos claro o quão triste é uma turma de terceiro ano: enquanto todas as outras turmas tem a certeza de mais um ano escolar, nós, do terceiro ano, temos a certeza da incerteza do ano seguinte.

O que passamos juntos, dentro e fora da sala de aula, foi além do que se vê. Foi graças a isso que amizades surgiram, foi graças as manhãs que passamos juntos que descobrimos quem eram os nossos colegas e uns até se apaixonaram, foi graças as semanas cecilianas que descobrimos o que é união, apesar dos pesares. Mas como sempre, nem tudo são flores. Passamos por algumas dificuldades. Foram provas de matemática zeradas, algumas recuperações, amigos que desistiram, outros que trocaram de turma, mas mesmo assim ainda fazem parte da 301.

A 301 foi a turma misturada que surgiu dos segundos anos, foi a turma do casamento na roça aos trancos e barrancos que deu certo, foi a turma Genérico. Assim como a turma 301 marcou o Cecília Meireles, o colégio Cecília Meireles marcou a turma 301.

Chegamos aqui onde estamos hoje não só pelos nossos esforços mas também pelo dos nossos professores, sempre dispostos a nos ajudarem, assim como os funcionários, como o Tio Paulo Veado... Bem, continuando, se chegamos aqui hoje foi porque sempre tivemos quem nos apoiasse, fosse em casa ou na escola. Os méritos de estarmos onde estamos não são só nossos. E que não paremos por aqui. Acredite 301, o horizonte é infinito.

Foi nessa escola que descobrimos talentos musicais que compuseram, entre outras, músicas como “Se a Navarro não xingar”, “Bruxa, eu te amo”, “Luana safada”...

E tudo o que vivemos só foi possível por causa dos nossos queridos professores, queridos de verdade, que correram ao nosso lado sempre que precisávamos, que nos ajudaram tanto em aula quanto fora de aula, que fizeram esporte radical com a gente, que foram para balada com a gente. Foi com estes professores que estiveram ao nosso lado que percebemos que professor não é aquele que ensina apenas a sua matéria e o que está no cronograma de aulas, mas sim aquele que ensina além, na vivência do dia-a-dia. E é para estes professores que dedicamos nosso carinho e gratidão. Obrigado por tudo que fizeram por nós, professores e funcionários. Mas temos que dar um agradecimento especial para algumas pessoinhas. À uma certa Bruxa, que puxou muito nossa orelha, corrigiu rigidamente as nossas redações e nos fez escrever 100 vezes 'Oração Subordinada Substantiva'; Professora Lúcia Voltz, a senhora foi uma mãe para nossa turma, agradecemos do fundo do coração. E ao Tio Paulo, que só chamamos de veado por gostarmos muito dele. Ele tem essa cara de monitor malvado, mas a gente sabe que na verdade não é nada disso. Sempre camarada, sempre prestativo, sempre muito espertinho nos trocadilhos, não é, Tio Paulo? Vamos sentir saudade de você nos mandar pra sala de aula. Obrigado por tudo e desculpa por todo dia perguntar se tinha período vago. E ao professor marco, que nos encheu de matéria ditando incessantemente, criou apelidos pros alunos, assim como esse foi nosso último ano, foi o dele também. Aproveite bem a aposentadoria.

Fomos mais que amigos, fomos intérpretes de uma história na qual pode até estar acabando, mas como toda a boa história nós nunca esqueceremos. A partir deste dia 23 daremos início a uma nova história e sentiremos saudades das amizades, do que construímos aqui.

Daqui pra frente, sorte pra gente!