tag:blogger.com,1999:blog-50821809477302263262024-03-14T10:44:18.560-03:00Água vivaMarelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.comBlogger91125tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-88865057885229557332020-08-09T22:06:00.001-03:002020-08-09T22:06:10.088-03:00<div>1 - <br /></div><div>Quando eu era criança, lá com 8, 10 anos, mais ou menos, eu dividia o quarto com meu irmão mais velho. Oito anos de diferença entre nós dois. Lembro de quando o nosso pai comprou um rádio novo, com entrada para leitura de CD, meu irmão ficou com o rádio velho que só tinha entrada para fita K7. Ali, naquele quarto, começou meio que sem querer a minha história com a música.</div>
Meu irmão ouvia rádio e quando tocava uma música que ele gostava ele gravava com as K7. Nas fitas dele eu ouvi Nirvana, Gun´s Roses, Red Hot Chili Peppers, Racionais MC´s, Metallica... E eu gostava do que eu ouvia.<br />
Ao mesmo tempo nos meus cadernos tinha a cara da Sandy e Junior. Ouvi, cantava, adorava Sandy e Junior. Depois teve aquela que ficou bem famosa chamada Banda Rouge, depois teve o RBD, mas eu não curtia muito e acabei deixando de lado essa moda. Meu pai me deu um CD da Shakira.<br />
Fora essas coisas, eu ouvia muito as coisas que tocavam na Continental, aquela rádio que dizem que é de velho, sabe? Pois é, mas eu gostava também. Ali na Continental eu ouvi Chico Buarque, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Gal Costa, Maria Bethânia, Elza Soares, Cartola, Elis Regina... E com todos esses sons eu fui criando meu gosto musical. Daí me vem a adolescência e dizem que é pra eu ter um preferido, ter que ser fã de alguém (porque todo mundo era fã obsessivo compulsivo por algum artista). Eu não conseguia me enquadrar. Eu ouvia funk mais adiante, no mesmo período que descobria Led Zeppelin, The Doors, Television...<br />
Daí cheguei na universidade, já tinha um computador há 5 anos e pesquisei muito sobre música, eu achava que já ouvia de tudo que existia porque eu ouvia muita coisa diferente mesmo. Só que daí, a universidade né, tu encontra tanta ente, de tanto canto, com tanta informação, que minha filha, aí tu vê que tu não sabe é de nada mesmo.<br />
Hoje em dia eu tenho escuto coisas repetidas. As vezes até preciso me lembrar de procurar coisas novas ou ouvir algumas que goste e não escuto faz tempo. Nesses momentos não sei se vocês passam por isso, mas eu fico um tempão tentando futricar na memória uma que eu queira ouvir. Parece que todas as mils que eu conhecia se esconderam, é sempre assim comigo, será que é ansiedade o nome disso? Fica aí a questão.<br />
Tool, Gojira, Björk, Ricon Sapiência, Tulipa Ruiz, Thundercat, Tyler The Creator, Riahanna, Beyoncé, Esperanza Spalding, BADBADNOTGOOD, Agnes Obel, Fiona Apple, Boogarins, Ventre, Carne Doce, Dingo Bells, Amargo, Paola Kirst... gente, não para mais de colar nome aqui no meu cerebrinho!<br />
Hoje em dia minhas músicas falam de afetividade, mostram mais e melhor essa diversidade tão grande que me encanta que aprendo cada dia que passa a entender um ponto a mais e com sorte me transformar. Aprendo cada vez mais que quanto mais plural, melhor. Aprendo que o que há de mais valioso na arte é o comunicar-se com outro. Aprendo a me conhecer através do reconhecimento no outro... Fui longe, né? Mas se me acompanhou até aqui, obrigada. Vou sair pra pensar mais sobre isso.<br /><div>
Música como matéria terapêutica, como ferramenta de autoconhecimento e de revolução também. Qual o lugar que ocupa a música na tua vida? <br /></div><div><br /></div><div>2 -</div><div>Falar sobre música é falar também sobre quem eu sou. Desde de muito fui rodeada por música, tanto de pessoas que consumiam e por consequência eu consumia também, tanto por pessoas que faziam música. Tive sorte de ter a arte sempre próxima a mim. Acho que por isso sempre quis ocupar esse lugar de participante ativa na música, mas nunca me senti capaz. Aos 15 anos ganhei um violão de presente. Aos 22 me dei de presente uma gaita-de-boca. Aos 27 um contrabaixo elétrico. Mas a sensação de insuficiência permaneceu. Insegurança mesmo. Sensação de que não entendi o que fazer com aquilo. Não entendia como funcionava. Mas foi só depois de participar de uma jam com meus amigos que fazem música que entendi. Na verdade só entendi depois que me permiti sentir sem me julgar antes de qualquer coisa.</div><div><br /></div><div>3 - </div><div>Tu tem consciência do que tu consome musicalmente falando? Só queria levantar a questão, não vou discorrer agora, mas chamo pra reflexão.<br /></div><div><br /></div><div><br /></div>
Beijinho!Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-50642838774575099892020-07-25T13:55:00.001-03:002020-07-25T21:21:20.352-03:00Reativando a escrita.Faz bastante tempo que não escrevo aqui no blog e como essa foi uma ferramenta de autoconhecimento e de conectividade com o mundo interior e exterior durante toda minha vida praticamente, decidi reativar esse espaço que a internet me permite ter, para trazer então não mais uma escrita apenas subjetiva, mas objetiva e crítica sobre o mundo no qual eu vivo, vivencio e o mundo que tenho descoberto em contato com outras realidades.<br />
<br />
Criei um canal no YouTube há pouco menos de um mês e lá me proponho a conversar com quem me assiste sobre temáticas diversas, temáticas essas que me atravessam de alguma maneira, como feminismo, racismo, sociedade e cultura. Não só me proponho a conversar do ponto de vista de que propõe um debate, mas também do ponto de vista de quem está em crescente aprendizado e desconstrução de preconceitos e padrões sociais nocivos.<br />
<br />
Eu em meus 27 de vida pude perceber o quão importante a fala e principalmente a escuta tem são para reconfiguração de um mundo mais justo e no mínimo mais acolhedor pra muitas pessoas, inclusive nós que estamos aqui nesse encontro textual.<br />
<br />
Tenho refletido sobre nossas relações interpessoais e como elas nos afetam positivamente quando tratadas com o devido espaço de diálogo, de empatia, de apoio mútuo dentro do que nos é capaz de apoiar e suportar. Suportar no sentido de dar suporte, não de engolir sapos, ok?!<br />
<br />
Assim com no meu canal, intitulado Café com Marocas, me proponho a fazer uma escrita por semana nesse espaço relacionado à temática abordada no canal. Creio que não será um processo de desenvolvimento pessoal apenas, mas um convite ao mundo (mesmo que esse aqui específico de quem entra nesse URL) de troca de experiências e saberes, aprendendo juntos a transformar e evoluir nossos pensamentos e ideias.<br />
<br />
É isso. Até mais e beijinhos!<br />
<br />
<br />
Ah, e feliz dia da mulher negra latino-americana e caribenha, dia de Tereza de Benguela! #25dejulhoMarelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-62577148754963606672019-02-18T17:17:00.001-03:002019-02-18T17:17:27.431-03:00<p dir="ltr">Me destruí. Fiz de mim o que não me orgulho em ser.<br>
Quando foi que passei a faixa e cruzei para o outro lado?<br>
Sei é que não posso voltar meus passos, não posso nem apagar eles, que dirá mudá-los.<br>
Mas vou mudar mais uma vez a mim mesma. Madurar mais uma vez. Plantar, regar, fazer brotar e desabrochar em carne e osso. De novo.<br>
Porque no fundo de tudo que passo e me destruo sei que tem sempre umas sementes de amor próprio e de crenças boas em mim mesma que me fazem querer me cuidar novamente e me deixar livre no mundo mais uma vez.<br>
Destruir e recomeçar. Recomeçar. Ser aquilo que acredito ser. Acreditar ser aquilo que se é realmente. Se reinventar.</p>
<p dir="ltr">Os anos tem sido difíceis. </p>
Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-34552572837749460492018-05-15T15:53:00.000-03:002018-05-15T15:53:07.553-03:00Bicho.<br />
De pelos e pele.<br />
De olhos turvos, carregados.<br />
<br />
Bicho tu.<br />
Um bicho todo carente, todo carinho.<br />
Pra quem vê de perto e vê que é todo bicho.<br />
<br />
De sentires intensos, vorazes, que queimam e ardem.<br />
De cuidados muito, de delicadezas escondidas,<br />
de toque suave, de mãos macias e lindas.<br />
Tudo lindo.<br />
Um bicho lindo assim, no meu colo deitado, nas minhas mãos afagado... Te quero assim.<br />
<br />
Sem precisar dizer nada<br />
nem mostrar<br />
nem nada<br />
Meu bicho, tu me tens.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-63020978823916639042018-05-15T15:41:00.000-03:002018-05-15T15:41:18.693-03:00Em março uma vênus retrógrada foi descoberta em meu mapa.<br />
Em abril foi preciso três noites pra se ter certeza do que se queria.<br />
Em maio me inundo.<br />
<br />
Transbordo e transpareço. Correnteza é sentir-se assim. Transbordante e translúcida.<br />
Assim, sem falar, contudo saber.<br />
Saber sem nem saber ao certo o que se sabe, mas sabe porque sente.<br />
Sonhando o que já se sente, sonhando com a realidade. (Com a realidade!)<br />
<br />
Que espanto bom nem mais me reconhecer de tão bem-estar.<br />
Estar sendo bem, bem comigo, bem contigo, bem com tudo.<br />
Estar sendo e querer ser mais.<br />
Encharcada. Lavada e passada a limpo. Cada vez mais limpo e mais claro. Clareando esses corações turvos e densos.<br />
<br />
Colorindo os cinzas e os pasteis.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-53838208922284632282017-12-14T14:41:00.000-02:002017-12-14T14:41:14.947-02:00DesencantoDesgostei. Desencantei.<br />
Passei um café, pensei. Tomei duas xícaras e pensei.<br />
Na verdade já não havia mais nada a pensar. Já tinha decidido tudo só ainda não tinha a coragem .<br />
Coragem pra acabar e pôr pontos finais. Coragem faltou até pra pôr ponto final no que era pouco, pouco-quase-nada. Nem sei bem o que era.<br />
Era ilusão. Uma ilusão mimada de um alguém que nunca saiu do seu conforto.<br />
Um desconforto pra mim.<br />
Coloquei fim no pouco que me desconfortava tanto.<br />
Aquele encanto de brilhar o olho quando se vê um rosto já não existe mais. Um rosto. Já não existe mais.<br />
Por hora, não mais.<br />
Por hora, três xícaras de café. Porque gosto assim.<br />
<br />
E daqui por diante apenas o que gosto (porque gosto assim: facin, docin, gostozin).Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-70020720008166245372017-11-28T01:32:00.000-02:002017-11-28T01:32:30.170-02:00Das descomplicâncias dos afetosAcordei com vontade de desatar nós.<br />
Desfazer emaranhados de cacos embaixo do peito.<br />
Acordei com vontade de nos suavizar com um despretensioso "como vai?".<br />
<br />
Quanta coisa a gente carrega pesando o caminho, amuando o coração, retumbando em sonhos e se engaiolando em quereres.<br />
Vamos aos fazeres!<br />
Afinal de contas, não deve ser tão difícil dizer oi.<br />
<br />
- Oi, eu tô aqui pra dizer que depois desse tempo todo meu coração se aquietou. Sei que alguns quereres... Bem, eu sei que não serão aquietados, mas tá tudo bem, de verdade. Já passou, foi. Aliás, que bom saber que tu vai bem e que entende o meu não dizer mais nada com secume daquele verão passado. Fui seca, fui corte, mas não porque não te queria, pelo contrário. Demorou pra eu parar de aguar por ti... Enfim, tô bem, vim dizer um oi e arrumar esses rastros de bagunça que ficaram por aqui. Ainda quero aquela tarde, pra te devolver aquele livro (que nunca li).Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-24970905409664531682017-11-20T14:22:00.002-02:002017-11-20T14:22:44.670-02:00Uma força dessas que não é de músculos,<br />
não é de fibras,<br />
não tem a ver com carne nenhuma.<br />
Uma força que surge das entranhas, mas vem de muito mais profundo.<br />
Vem do fundo e de antes.<br />
Acho até que tem muito de ancestralidade<br />
nessa força toda.<br />
Quando ouço as histórias delas, quando me reconheço como fruto que também vai deixar sementes, quando percebo que não é parecendo grandiosa que essa força se torna assim... imensa, gigante... Esse senso do coletivo mulher.<br />
Mulher meio bruxa, meio loba, meio cientista, meio poeta.<br />
Meio inteira, mesmo cheia de rachaduras centenárias.<br />
Historicamente tratadas como metades, meios, menores e o que mais for nesse caminho.<br />
"Torna-se mulher", disseram. Ela disse.<br />
Disseram tantas coisas, não é mesmo?!<br />
E eu ouvi. Ainda ouço tudo.<br />
Contudo, aprendo cada vez mais a sentir. Dia após dia.<br />
Sentindo os dias e o que vem com eles.<br />
E isso,<br />
meu bem,<br />
é o que é essa força.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-61410010480738250452017-10-19T20:19:00.000-02:002017-10-19T20:19:10.764-02:00No fim das contas todas o que eu contabilizo se volta para o eu, para o meu próprio bem-estar e bem-viver.<br />
No fim de tudo o que importa é eu ser feliz e estar de bem comigo mesma e com minhas tomadas de direção. De bem com as escolhas que eu faço ou deixo de fazer.<br />
Tem a ver contigo também, é claro que sim, é de nós que eu gosto e não do ser/estar só.<br />
O que eu gosto é de ser/estar nós. Eu gosto de nós.<br />
Emaranhados de braços, abraços, cheiros, aconchegos, cafunés e recordes de horas deitados na cama e todo esse mar de afeto que é onde eu flutuo.<br />
Mas pra ser nós tem que ser eu antes de tudo, antes dos emaranhados todos.<br />
Ser eu pra poder ser nós.<br />
É difícil, eu quero ser o fácil e o levo, mas é difícil e pesado ao mesmo tempo.<br />
Saber ponderar, saber ceder sem deixar de ser. Saber ser firme sem ser dura.<br />
Toda uma malemolência, todo um rebole-bole, tudo isso pra poder ser eu e ser nós e estar feliz e ser feliz e ficar de bem com tudo isso como tudo isso é.<br />
Eu queria o fácil, mas meu mundo de alice está caindo por terra e percebendo que nada é fácil ou sem um tanto de esforço... Mas tem coisas que valem os acordos e tantas horas de conversas pra chegar em algum lugar.<br />
Lugar esse nosso, que apesar de não sabermos onde estamos indo, sempre acabamos num abraço bom.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-78173513771439542132017-09-19T01:44:00.002-03:002017-09-19T01:44:35.892-03:00<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">E se ao invés de querer sugar a alma daqueles que não são nós</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">E se todo o olhar, qualquer olhar, tivesse um pouco mais de carinho</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">E se o umbigo não fosse o que mais importa</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">E se o afeto conseguisse realmente afetar - Afetar aqueles todos, sabe</span>Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-65581023007924634672017-08-23T22:39:00.002-03:002017-08-23T22:39:46.939-03:00Agosto Agosto chegou.<br />
E já logo de cara, no primeiro dia, veio você.<br />
Saí de casa, com aquela vontade de ficar, com aquele receio de que meus cacos podiam sacolejar a qualquer instante. (Essa mania de levar a nossa bagagem em toda e qualquer estrada...)<br />
<br />
Mas daí foi você que chegou com gosto, em agosto.<br />
Seu sorriso, sua boca, sua voz, suas mãos...<br />
Daí foi você.<br />
Daí foi dia depois de dia e noite depois de noite.<br />
<br />
Veio você.<br />
<br />
Que acalanta meu coração.<br />
Me afaga inteira.<br />
Me sinto boba de tão feliz nesse emaranhado gostoso que é o teu abraço.<br />
Me sinto num dia bom de verão. Me sinto leve. Me sinto vento.<br />
<br />
(A felicidade é como o vento, ela passa pela gente e a gente só pode é sentir)<br />
<br />
Agosto chegou e me trouxe você: o verão inteiro nos teus braços abertos pra me fazer feliz.<br />
<br />Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-40528567444316721852017-07-17T23:56:00.002-03:002017-07-18T00:26:35.700-03:00Julho, faz verão e é inverno.No exato momento em que meus olhos se encontraram com seus olhos castanhos claros pela primeira vez com calma, à mesa daquele café, no fim de tarde de uma quinta-feira qualquer, eu percebi que me apaixonei.<br />
<br />
Aquela visão me encantou.<br />
<br />
Aqueles olhos lindos, olhos que pertencem ao homem sentado a minha frente, e que me encaram por três segundos.<br />
Segundos que meu coração fez questão de dilatar.<br />
E que minha cabeça repete várias vezes ao longo do dia desde então.<br />
<br />
Esses segundos, essa imagem linda que foi teus olhos me olhando, estão se transformando em dias inteiros.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-18516790695966241912017-07-17T23:46:00.002-03:002017-07-17T23:46:38.239-03:00<span style="background-color: white; color: #4b4f56; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Não me venhas com indiferença, pois sou mulher de afetos.</span>Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-65248866595048235832017-07-11T23:37:00.001-03:002017-07-18T00:24:27.980-03:00Escrever:<br />
Jogar pra fora de si o que há dentro.<br />
Ou da mesma maneira interiorizar o que vem de fora.<br />
Transformar em palavras o que é fluído e/ou esquizofrênico em pensamentos.<br />
Sentir com o verbo. Pensar com os substantivos.<br />
<br />
Escrever é estar em si e fora de si ao mesmo tempo. É ter sido e estar sendo.<br />
É o banho de sal grosso que a cabeça pede e o coração dá. Ou vice-versa.<br />
<br />
Escrevi. Escreverei. E assim voltei prum ponto que sempre está aqui: minha ilha, meu mar, minha água-viva.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-33639126564548988682017-01-16T06:34:00.000-02:002017-07-18T00:22:57.890-03:00Por entre as frestas da veneziana vejo o dia clarear nos seus tons de azul.<br />
Acordei cedo hoje.<br />
Faço um cafuné no gato, aquele mais choroso por carinho, e volto pra cama.<br />
O azul do dia clareia lento.<br />
Clareia e eu acordo e não durmo mais.<br />
Entre todas as contas dos bancos e seus numerais, entre todas as dívidas a serem pagas, entre a ida à secretaria do instituto da universidade, entre a vontade de passar na loja de bodypiercing e fazer mais um furo no corpo, entre a necessidade de fazer feira, entre a organização dos gastos do próximo mês, entre a poetisa que eu descobri na semana passada olhando vídeos no Youtube eu lembro de você.<br />
Tu tens estado presente entre tudo.<br />
Por entre mim. Tu tens estado presentificando-se, até quando eu menos imagino.<br />
<br />
A imagem que a poetisa criou no meu imaginário se encaixa muito bem com umas das minhas possíveis conclusões para o amor: é como o elemento mercúrio na Terra, que quando cai ao chão se esparrama.<br />
Esparrama, esparrama, esparrama...<br />
<br />
Nunca viu isso acontecer quando um termômetro, daqueles mais antigos, cai e se quebra? Então vem, me dá tua mão, vou te mostrar como é mercúrio se esparramando na Terra.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-18197436121716118542016-11-07T10:56:00.000-02:002017-07-18T00:19:41.512-03:00São dias loucos esses, são de lutas Passei a noite em uma ocupação, primeira vez que fiz isso e sinto que deveria ter feito isso mais vezes ao longo do ano. O Brasil está tomado por uma onda linda de ocupações nas escolas secundarista e agora nas universidades de todas as regiões.<br />
Isso de ocupar um espaço público para reivindicar direitos na educação, na saúde, nos serviços públicos que garantem à população uma vida melhor e com mais dignidade é o mínimo que nós, povo, podemos fazer.<br />
Lembro de quando começaram os boatos de deposição do governo Dilma, não acreditava que isso fosse ocorrer, afinal de contas nasci no tempo da democracia e é só isso que eu conheço.<br />
Depois de o país ter enfrentado uma ditadura, há 50 anos atrás (que é um tempo muito recente), depois de termos reconquistados direitos e garantido ainda outros que já eram exigidos em lutas de anos, depois de o ingresso ao ensino público e de qualidade no ensino superior parecer uma conquista sólida e fixada vem isso de impeachment impostor. Foi um golpe pra mim. Um golpe que deram na filha da democracia<i>.</i><br />
Nos empurram goela abaixo um governo corrupto, essa gente que adora seu próprio umbigo, e querem ditar o que nós, a parte trabalhadora e maioria da população deste país, devemos ou não ter direito?!<br />
É um dos maiores absurdos que presencio na vida.<br />
Não devemos nos calar!<br />
Ao mesmo tempo sinto o quanto é difícil e cansativo lutar contra isso. Toma um tempo e dedicação que transforma o cotidiano. Mesmo assim sinto uma sensação de "estou no lugar certo" a cada vez que me engajo, o mínimo que for, com os movimentos contra essas atrocidades todas.<br />
A luta que enfrentamos diariamente quando defendemos o que acreditamos é dura sim, é cansativa sim, porque é uma luta.<br />
Mas sem luta não há vitória.<br />
<br />
#foratemer<br />
#lutareresistir<br />
#ocupatudo<br />
#maisamorporfavorMarelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-78428809225867919332016-07-14T14:00:00.002-03:002017-07-18T00:07:50.717-03:00Sobre cartasRolando a página inicial do facebook vi uma postagem de uma conhecida do teatro, dizendo que daqui uma semana ela estará de aniversario e deixando claro o que ela gostaria de ganhar como presente nesta data: cartas!<br />
Escrever carta requer uma mínimo de carinho e delicadeza.<br />
É de uma atenção e um preciosismo hoje em dia escolher um papel, uma caneta, fazer um rascunho (ou não), colocar o papel no envelope, despachar nos correios e esperar que isto chegue ao seu destino.<br />
Lembro que há alguns anos atrás eu tive um amigo que assim como eu admirava pessoas que escreviam cartas, e que assim como eu gostava de receber cartas.<br />
Tenho poucas, ganhei algumas com cumprimentos de feliz aniversário de parentes que moram em cidades do interior do estado, mas cartas que escreveram para mim somente pela vontade de escrever algo para mim sem nenhuma data comemorativa como pretexto são poucas.<br />
Esse meu amigo foi quem mais me deu as benditas.<br />
Lembro que fizemos um combinado de trocarmos cartas sempre.<br />
Lembro que não durou muito tempo, talvez uns dois meses.<br />
Hoje em dia a amizade se acabou e a única coisa que resta dela são os papeis com escritos que trocamos, que guardo com carinho.<br />
Quem fez a postagem não é tão próxima minha, mas a ideia de escrever para ela dizendo as coisas que lhe desejo e lhe presenteando com essa delicadeza que eu tanto gosto é tão gostosa que eu acho que nós duas merecemos.<br />
O escrever e o receber.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-64873839199320858982015-06-20T04:22:00.000-03:002015-06-20T04:22:00.178-03:00E o tempo passa rápido quando eu me perco por aí.<br />
e eu tenho me perdido muito.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-12675295407333893082015-05-16T04:47:00.002-03:002015-05-16T04:47:25.412-03:00De tempos em tempos eu percebo algumas madurezas que acontecem comigo. A vida vai ensinado os caminhos possíveis e eu vou aprendendo o quanto posso (e às vezes posso bem pouquinho). De uns instantes pra cá a madureza de lidar com a dor de uma expectativa frustada me pegou um pouco mais forte do que da última vez. Essas danadas frustrações expectantes... Essas expectativas frustrantes.<br />Sentir que a dor faz parte sem fazer da dor nem mais nem menos do que lhe é de direito e dever fazer. Nem mais nem menos. Senti-la sim, porque é saudável e faz crescer, faz madurar e é assim que é. Mas sentir a dor sabendo que tudo é mutante e que é prosaico sentir isso, porque expectativas que frustram são corriqueiras e ai de mim se não aprendesse logo a lidar com isso!<br />Mas ainda estou aprendendo apenas.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-2537415823121928052013-10-27T02:08:00.001-02:002013-10-27T02:08:35.602-02:0027.10.2013Esse lugar está uma bagunça. A única vontade que impera é o da cama e cobertor.<br />
Venta lá fora, parece que vem mais chuva. Choveu o dia todo, deu uma trégua, mas pelo jeito que venta a trégua já vai acabar. É questão de pouco tempo.<br />
Um banho de chuva cairia bem, se agora não fosse madrugada. Dizem que banho de chuva purifica, leva as energias ruins pra terra, purifica a gente. Eu acredito, acho que a água tem esse poder. A água, a terra, o vento. Acredito no poder de todas as coisas, até dessas energias aí.<br />
Acabei de ouvir um trovão. Primeiro vi o relâmpago, depois ouvi o trovão. Eu gosto de dias assim, chuvosos, com cama e cobertor. Coma.<br />
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Esses dias estava no ônibus, sentada na janela, pensando em não ter filhos. No dia seguinte, na faculdade, uma colega falou a mesma coisa, sem que eu tivesse comentado com ela. Ela estava no ônibus, sentada no banco da janela, pensando em não ter filhos. Engraçado isso.<br />
Quando eu era pequena eu pensava que minha vó e minha tia eram feministas porque uma teve uma filha aos 29 anos e a outra nunca teve marido, que dirá filhos. Ilusão da minha cabeça. E pior é que acho que criei essa ilusão depois de grande pensando que foi quando pequena. Engraçado isso.<br />
A reinvenção da memória. Sempre se modificando. Será que é esse o único jeito dela nunca evaporar? Não queria mais que minhas memórias evaporassem, tenho muito medo disso. Depois de um caso de Alzheimer na família eu fiquei assustada. E descobri que sou medrosa, e sensível, e mais humana do que pensei que fosse.<br />
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Meus olhos pesam, quase se fecham, e eu luto contra isso só mais um pouquinho, por enquanto quero ouvir a rua, seu silêncio, penso em como deve ser ouvir a rua em Koblenz. Só mais dois minutinhos. Cama.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-20610181851977517122013-05-02T01:49:00.000-03:002013-05-02T01:49:11.019-03:00Um caos, como todo ser humano. Não sabe se vai, diz que não e faz sim. Estremece no colchão, sonhando que cai, acorda num pulo. Sai correndo, enquanto é feira tem que ir, quando feira está de folga então pode dormir.<br />
Ah, se o humano lógico fosse mais sensato do que é, mais nuvem talvez... de chuva?!Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-21628016168421266542013-02-26T00:42:00.002-03:002017-07-18T00:36:43.962-03:00Antes que se perca<br />
Sinto uma vontade imensa de dizer-te algo. Te contar que a rosa que comprei já há duas semanas está há mais de uma murcha dentro da garrafa com água, secando aos poucos. Talvez falar das minhas angústias à noite quando acordo com raiva de ter sonhado mais uma vez o sonho que não quero nunca mais sonhar e que todas as noite sonho. Falar sobre meus cacos, pequenos estilhaços que habitam dentro desse meu corpo e que de vez em quando, dependendo da maneira como caminho, se sacolejam e me incomodam, me machucam, depois logo passa. Dizer que sim, estou tendo momentos bons e alegres os quais estão me fazendo muito bem e estão me renovando de maneira suave e boa. Mas não quero apenas dizer-te algo, quero ouvir-te também. Quero ouvir tua voz falando bem perto sobre qualquer coisa que eu ainda não conheça, como o seu cachorro que eu nunca vi ou a sua cidade que nunca visitei. Quero, entre um gole de café e outro, ouvir você dizer com cheiro de expresso que o filme que te comentei tem uma fotografia boa, mas um péssimo roteiro. Quero escutar as tuas melancolias e abraçar tuas tristezas do jeito que eu gostaria que você me abraçasse. Quero ouvir-te dizer que somos cúmplices de momentos alegres, vorazes e o que quer que for e que seja bom e que seja gostoso e que você goste... Só espero ter tempo de dizer-te essas coisas e de ouvir de ti estas outras depois que acabar de me entorpecer com mais uma garrafa de vodka, assim como fiz antes, assim como fiz antes deste outro antes e assim como tenho feito mesmo sem planejar fazer. Espero ter tempo depois, antes que você fuja de mim e finja que nada aconteceu, de dizer-te que hoje eu não acordei no meio da madrugada porque eu não sonhei o sonho que não gosto e que eu adoraria visitar sua cidade e conhecer seu cachorro. Espero que eu não mergulhe você junto com minhas mágoas nessa garrafa sem perceber, seria uma pena.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-65093285791255019742013-02-11T01:25:00.000-02:002013-02-11T01:25:57.799-02:00O delírio que chamo "coração" está trabalhando em projeções neste momento, baseado em uma possibilidade real e que já está no tempo passado (recente). Se existisse somente o delírio para comandar este corpinho provavelmente a projeção estaria em estado probatório agora. Felizmente (ou não) há algo a mais que divide os comandos com o delírio, dessa forma só o que passa a ser real é este post. Claro, "real", ainda virtual.<br />
<br />Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-33125715326595414302013-01-12T00:21:00.000-02:002017-07-18T00:42:18.834-03:00Um dia como todos os outros, cheio de pequenos fragmentosDas muitas coisas que me chateiam, uma é não conseguir ser tão fria e insensível certas horas com certas pessoas como eu gostaria.<br />
Certas coisas doem tanto.<br />
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E tem vezes que confundem-me.<br />
Cada ser tem sua própria percepção<br />
O que é banal para ela, não é para mim.<br />
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Ainda bem que a minha âncora sempre esteve, está e estará repousada bem no centro do que eu sou.<br />
E eu sei muito bem o que sou e o que tenho. Agora.Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5082180947730226326.post-33703558686715284062013-01-08T23:47:00.005-02:002013-01-08T23:49:31.654-02:00"Essa dança parecia proclamar que sua dedicação, esse ardente desejo de satisfazer o que lia nos olhos do Tomas, <i>não estava ligado necessariamente à pessoa Tomas</i>, <i>mas que estava pronta a responder ao apelo de qualquer que fosse o homem</i> que encontrasse em seu lugar. Não havia nada mais fácil do que imaginar Tereza e esse jovem colega como amantes. Era essa facilidade que o magoava. <span style="color: #a2c4c9;">O corpo de Tereza era perfeitamente imaginável num abraço amoroso com qualquer corpo de homem</span>, e essa ideia o deixava de mau humor. Tarde da noite, quando voltaram, ele revelou-lhe que estava com ciúmes. Esse ciúme absurdo, nascido de uma possibilidade toda teórica, era a prova de que <i>ele considerava a fidelidade dela um princípio inatingível</i>. Mas então,<i> <b>como poderia ele ter raiva do ciúme que ela sentia</b></i> <i>de suas amantes mas do que reais</i>?"<br />
<br />
[Relendo... pág. 23, A Insustentável Leveza Do Ser, KUNDERA]Marelize Obregonhttp://www.blogger.com/profile/01921762561276147891noreply@blogger.com0