segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Por entre as frestas da veneziana vejo o dia clarear nos seus tons de azul.
Acordei cedo hoje.
Faço um cafuné no gato, aquele mais choroso por carinho, e volto pra cama.
O azul do dia clareia lento.
Clareia e eu acordo e não durmo mais.
Entre todas as contas dos bancos e seus numerais, entre todas as dívidas a serem pagas, entre a ida à secretaria do instituto da universidade, entre a vontade de passar na loja de bodypiercing e fazer mais um furo no corpo, entre a necessidade de fazer feira, entre a organização dos gastos do próximo mês, entre a poetisa que eu descobri na semana passada olhando vídeos no Youtube eu lembro de você.
Tu tens estado presente entre tudo.
Por entre mim. Tu tens estado presentificando-se, até quando eu menos imagino.

A imagem que a poetisa criou no meu imaginário se encaixa muito bem com umas das minhas possíveis conclusões para o amor: é como o elemento mercúrio na Terra, que quando cai ao chão se esparrama.
Esparrama, esparrama, esparrama...

Nunca viu isso acontecer quando um termômetro, daqueles mais antigos, cai e se quebra? Então vem, me dá tua mão, vou te mostrar como é mercúrio se esparramando na Terra.

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