domingo, 27 de outubro de 2013

27.10.2013

Esse lugar está uma bagunça. A única vontade que impera é o da cama e cobertor.
Venta lá fora, parece que vem mais chuva. Choveu o dia todo, deu uma trégua, mas pelo jeito que venta a trégua já vai acabar. É questão de pouco tempo.
Um banho de chuva cairia bem, se agora não fosse madrugada. Dizem que banho de chuva purifica, leva as energias ruins pra terra, purifica a gente. Eu acredito, acho que a água tem esse poder. A água, a terra, o vento. Acredito no poder de todas as coisas, até dessas energias aí.
Acabei de ouvir um trovão. Primeiro vi o relâmpago, depois ouvi o trovão. Eu gosto de dias assim, chuvosos, com cama e cobertor. Coma.

Esses dias estava no ônibus, sentada na janela, pensando em não ter filhos. No dia seguinte, na faculdade, uma colega falou a mesma coisa, sem que eu tivesse comentado com ela. Ela estava no ônibus, sentada no banco da janela, pensando em não ter filhos. Engraçado isso.
Quando eu era pequena eu pensava que minha vó e minha tia eram feministas porque uma teve uma filha aos 29 anos e a outra nunca teve marido, que dirá filhos. Ilusão da minha cabeça. E pior é que acho que criei essa ilusão depois de grande pensando que foi quando pequena. Engraçado isso.
A reinvenção da memória. Sempre se modificando. Será que é esse o único jeito dela nunca evaporar? Não queria mais que minhas memórias evaporassem, tenho muito medo disso. Depois de um caso de Alzheimer na família eu fiquei assustada. E descobri que sou medrosa, e sensível, e mais humana do que pensei que fosse.

Meus olhos  pesam, quase se fecham, e eu luto contra isso só mais um pouquinho, por enquanto quero ouvir a rua, seu silêncio, penso em como deve ser ouvir a rua em Koblenz. Só mais dois minutinhos. Cama.

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